quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A partida de Ricardo Baltazar.


Ricardo com o Fitz Roy ao fundo


Algumas pessoas passam pela vida e acabam marcando nossa existência. Ricardo era uma dessas pessoas. Ele vivia um dia depois do outro, era isso o que importava, não o que poderia ocorrer em meses, anos. Como um verdadeiro errante das montanhas, peregrinava em busca de aventuras. 
Era uma pessoa humilde e de bom coração. Tinha uma motivação fora do comum para realizar seus projetos. Com essa filosofia conseguiu escalar as grandes montanhas andinas: Cerro Fitz Roy, Agulha Poincenot, Cerro Torre, Alpamayo, entre outras.
Nesse mês de agosto, quando eu planejava uma futura viagem para a Patagônia para escalar as belas montanhas e reencontrar velhos amigos, recebi um recado avisando que o Ricardo havia sido encontrado morto no Cânion do Malacara. Ainda não consegui internalizar essa notícia, é estranho pensar que nunca mais o encontrarei no camping Del Lago, com uma garrafa de cerveja na mão, a ponto de ser expulso pelas bagunças que aprontava. É estranho pensar que não poderei mais dividir com ele as cordadas, risadas, roubadas, cervejas.
Infelizmente assim é a vida, incerta como um dia de bom tempo patagônico.
Resta a mensagem vivida na prática por Ricardo e tantas vezes esquecida por nós:
Aproveite a vida.

Adeus, amigo.
Alessandro Haiduke
Aproximação da Agulha Mermoz

Compartilhando cervejas em Chaltén

Ricardo escalando a via Atgentina - Mermoz

Eu e o Ricardo no cume da Mermoz

Ricardo proveitando a paisagem patagônica


Um comentário:

  1. É... Alessandro a vida é assim, só estamos aqui de passagem, algumas pessoas cruzam nossos caminhos por um breve período e apenas nos resta, como você disse, absorver a mensagem que nos passam, e a vida nas montanhas Às vezes nos pregam dessas "peças", feliz é o homem que tem coragem de seguir seus pensamentos ao invés de ficar vivendo a vida que outros querem que a vivamos...
    Abrass

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