quarta-feira, 26 de outubro de 2011

I Festival de Escalada Tradicional


O I Festival de Escalada Tradicional é um evento não competitivo, com o objetivo de unir a comunidade de escaladores, incentivar a escalada em móvel e curtir dois dias de escalada em um dos melhores setores de escalada tradicional do Paraná.

O Setor 3 de São Luiz do Purunã está localizado no município de Balsa Nova – PR, há aproximadamente 40km de Curitiba. Possui grande importância dentro do cenário paranaense de escalada, pois conta com aproximadamente 138 vias, a maioria aberta de baixo e utilizando o máximo possível de proteções móveis. A ética do Setor segue 3 princípios básicos: Escalada Limpa, Abertura de Baixo e Escalada Livre.  Foi um setor que colaborou para a formação de grandes nomes da escalada brasileira.

As informações sobre as vias, croquis e acessos estão detalhadas no Guia de Escalada do Setor 3, confeccionado por Marcus Valério França, disponível em formato pdf, para download gratuito em:







espeite os seus limites e seja prudente.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Marumbi - Torre dos Sinos

Entre as montanhas paranaenses o conjunto do Marumbi têm um lugar de destaque no cenário da escalada. As vias existentes nesse lugar são exigentes tanto fisicamente, quanto psicologicamente. Para celebrar essas montanhas abaixo segue um excelente artigo da extinta revista SOLO, comentando algumas conquistas na Torre dos Sinos.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Histórias de montanha


PENSAMENTOS AO VENTO.                                              

                                                                                    Alessandro Haiduke



E encontrei tanta liberdade como segurança
em minha loucura,a liberdade da solidão e
a segurança de não ser compreendido, pois
aquele que nos compreende escraviza
                      alguma coisa em nós.
Khalil Gibran – O louco



Havia aceitado o convite do argentino:
- Venha comer um legítimo cordeiro patagônico mañana, amigo. Soltando um longo sorriso ao final.
A festa reunia muitos gauchos, com alguma exceção (eu). Eram pessoas ligadas diariamente à criação de ovelhas e à extração de lã. Perguntava-me como poderiam estes animais viver em um lugar assim, sem saírem voando, literalmente, com os temperamentos do vento?
As cuias com yerba mate e água quente estavam sempre presentes. Assim como os ventos brotavam sem cessar na Patagônia, as palavras davam vida às estórias que alegravam a roda formada ao redor da cuia.
Falavam do início da povoação desse lugar; da escassez dos pastos em determinadas épocas de estiagem; dos predadores que, ao pequeno descuido, matavam as ovelhas; dos ventos que zangados enlouqueciam até o mais são dos homens; dos duelos com as lâminas afiadas; dos cavalos... Fantasmas de um tempo quando este lugar ainda era o fim da Terra.
Atentamente eu procurava entender as palavras, as gírias campeiras dificultavam a compreensão.
A reunião recordava um quadro antigo: homens com suas bombachas, seus laços de couro, seus chapéus e principalmente suas facas ostentadas ao cinto, com orgulho.
Dom José, o asador, era muito respeitado, não era um título para qualquer um. Ele cuidava dos cordeiros esticados nos espetos em forma de cruz, com o cuidado como se ainda estivessem vivos. Não cansava de dizer aos companheiros:
- Um bom assado exige paciência, muita paciência.
Enquanto o cordeiro não ficava pronto, as estórias apaziguavam as barrigas vazias.
Anônimo, eu ficava encostado nos cantos observando, tentando encontrar uma oportunidade para compartilhar o chimarrão e as estórias.
O argentino deu um grito:
-Venha sentar-se conosco hermano.
Recebi olhares desconfiados, de estranhamento, sabiam que eu não pertencia aquele mundo, era um estrangeiro pedindo passagem...
As estórias continuaram:

Sou nascido e criado aqui, minha vida é sobre um cavalo, não tenho temperamento para a lavoura. Meu irmão é o vento, nos entendemos bem apesar de nossos entreveros constantes. Nunca pensei em deixar este lugar, aqui abri meus olhos pela primeira vez e é aqui que eu quero fechá-los. Nem mesmo agora que o trabalho com as ovelhas é tão escasso e os estancieros já venderam quase todas as terras para os gringos, não sei para quê...
Hoje aparecem muitos gringos para conhecer os cerros. Antigamente era diferente, as habitações eram poucas assim como os visitantes.
Em um ano e dia que não me recordo, conheci um gringo, era um tipo esquisito, cabelos longos despenteados, creio que seu nome era Marco. Vinha de longe para subir as montanhas, falava um espanhol enrolado, com alguma dificuldade conseguia compreendê-lo.
Dizia que estava aqui para subir La Torre, o cerro tímido que prefere a companhia das nuvens aos olhares humanos. Dizia que iria escalar a montanha sozinho sem nenhum companheiro, duvidei que conseguisse...
O sujeito contratou-nos para levar sua bagagem e de alguns amigos para a laguna Torre, onde montariam suas barracas. Seus amigos traziam muito equipamento, câmeras para filmar a escalada, um tipo mais esquisito que o outro, vocês acreditam?
A estória daquele homem ficou em minha cabeça e como um amigo trabalhava no acampamento da laguna, escutava alguns comentários.
Nos poucos momentos que as nuvens saíam, olhava para a montanha e tentava enxergar algo, é claro que não conseguia. Eu não entendia nada de subir montanhas, mas pelas estórias e comentários sabia que era um trabalho difícil. Será que o gringo conseguiria escalá-la?
Nunca em minha vida imaginei subir alguma dessas montanhas, são assuntos que ignoro. Nessa labuta diária não sobra tempo para miudezas. Mas gosto delas do meu jeito não importa a época, se no verão com suas pedras em tons alaranjados ou no inverno todas vestidas de branco.
Passou um tempo e quase esqueci do assunto, o trabalho era demasiado...
Meses depois escutei sobre um homem que havia escalado La Torre sozinho, lembrei do gringo. Falavam que o tipo subia a montanha de camiseta naquele frio. Eu não acreditei, só vendo... E ainda dizem que subiu mais algumas vezes com os companheiros para filmar... Queria ter visto na TV...
Quando sobrava algum tempo, vinham à cabeça umas interrogações sobre os motivos que faziam os homens sofrerem tanto para subir uma montanha, quem sabe podiam até morrer naquele gelo todo, dizem que muitos já morreram. E falam que dinheiro os sujeitos quase não ganham, gastam é mais... Por que então seria?
Eu também sofro aqui nesse lugar, mas o meu motivo é outro, agarrar a vida, ter o que vestir e o que comer.
Não sei, mas um bom motivo deve existir? Será que não?
Encontrei outros homens que iam as montanhas, tinha até alguns argentinos. Depois que subiam as montanhas eles voltavam com um olhar estranho, cheio de contentamento, mistérios...
E o tal de Marco, dizem que algum tempo depois morreu em um cerro distante, sozinho. Na vida e na morte, companheiro de si mesmo.
Já me convidaram para ir ao pé dos cerros, mas não vou não. Prefiro vê-los daqui, têm mais segredos. É no distante que se percebe a sua imponência quebrando a planura dessas terras.
Uma coisa tenho certeza, esses gringos vêm, sobem as montanhas e vão embora. Eu penso diferente, fico aqui o ano inteiro, não importa o calor, o frio, o vento. Sempre estou aqui para saudá-las quando não resta quase ninguém a lhes fazer companhia e elas ficam quase que esquecidas.

-O asado está pronto!
Os gauchos largaram as cuias e as estórias e foram comer o cordeiro. Lá eu fiquei, com meus pensamentos ao vento.

A Patagônia sempre foi mais uma idéia que um lugar.
Pablo “Polly” Walker





terça-feira, 26 de abril de 2011

A face sudoeste do Pico Agudo.


Repetir é bom, porém inventar é melhor.
Walter Bonatti.

Desde a primeira vez que vi uma foto da face sudoeste do Pico Agudo, a idéia de conquistar uma via nessa face não saía da minha cabeça. Uma parede com seus 150 metros que não se localizava nas montanhas da Serra do Mar a tornava algo especial em nosso estado. Alguns anos antes alguns amigos de escalada já haviam aberto algumas vias mais curtas na face leste dessa montanha, eles falavam da qualidade das fendas e da possibilidade de abertura de novas linhas.
Após muitos planos não concretizados tive a oportunidade de conhecer o Pico Agudo em companhia do Andrey, que já havia estado várias vezes na região. Conseguimos abrir algumas vias na recém batizada Agulha Reinhard Maack, o que mais me impressionou foi a qualidade das linhas abertas, fendas perfeitas para a proteção em móvel. Outro objetivo da viagem era fazer o reconhecimento da face sudoeste do Pico Agudo, que pela mudança repentina no tempo ficaram encobertas pela névoa.
No feriado da Páscoa estávamos planejando uma nova viagem, que diante dos compromissos do Andrey e Taylor, teve como integrantes o Elcio e eu. O objetivo era abrir uma via na virgem parede sudoeste. Optamos por escalar leves, levando o mínimo possível de equipamentos, procurando minimizar a instalação de proteções fixas.
Na primeira noite em que subimos com as mochilas cargueiras, fizemos um bivaque na Agulha Maack, o tempo pregou uma peça e fomos surpreendidos sem refúgio por uma forte chuva, com direito a raios muito próximos. Inteiro molhados fomos dormir desanimados com a situação. Para nossa felicidade no dia seguinte o tempo amanheceu ensolarado e as paredes secas.
Para acessar as paredes usamos a intuição para encontrar o melhor caminho, fizemos 3 rapéis pelo grotão localizado entre o Pico Agudo e a Agulha Maack.
Depois de um breve reconhecimento, acessamos uma parte mais alta da parede por uma elevação de terra e rocha, que marca o início da escalada.
Comecei guiando a primeira cordada, que era exigente, pois a s fendas estavam sujas e as proteções nem sempre eram confiáveis. No meio da cordada um bloco equilibrado ameaçava cair levando tudo. Acima em um platô consegui fazer uma boa parada em móvel.
Elcio guiando a segunda cordada.

Agora era a vez do Elcio que guiava a segunda cordada saindo por uma chaminé curta e entrando em uma fenda de dedos bonita e exigente. Acima a vegetação interrompia o caminho e o guia demonstrando seus talentos de jardinagem foi descobrindo novamente a fenda.
Quando cheguei a parada o Elcio me falou para tomar cuidado pois as peças da reunião eram duvidosas. Comecei a escalar e já no início coloquei um stopper para quebrar o fator de queda. Subi mais um pouco colocando algumas proteções, a maior parte duvidosa. Como a parede estava muito suja decidi parar em uma peça que pareceu sólida quando, com o mínimo puxão ela sacou em minhas mãos e saí voando. Caí uns 8 metros, 4 metros abaixo do Elcio e percebi que ele olhava assustado para a parada.  Na queda haviam sacado 3 friends e o pequeno stopper havia evitado o fator 2. Subi para a parada com muito cuidado e recomecei a guiar. Sem possibilidade (ou coragem) de prosseguir reto, fiz um pequeno pêndulo à esquerda continuando a escalada por uma fenda úmida até conseguir encontrar um bom platô com uma árvore. 
Elcio guiando a quarta cordada.

Na quarta cordada o Elcio saiu guiando por uma fenda sólida e bonita. Pensei que em pouco tempo estaríamos no cume, estava enganado. Lá em cima o guia estava lutando para subir algumas chaminés sujas e difíceis, em um trecho muito exposto bateu uma chapeleta, superou outra chaminé e chegou ao fim da escalada utilizando uma árvore como parada.
Havíamos começado a escalada às 10 horas da manhã e agora às 6 horas da tarde, com a claridade do sol desaparecendo ao horizonte estávamos no cume. Havíamos completado a Porta para o Infinito, 150 metros de escalada de aventura em um terreno desconhecido, um sonho realizado. 
Linha da via Porta para o infinito.
Croqui da via.

Em breve será a hora de seguir em busca de novos sonhos.
Agradeço ao Elcio pela excelente parceria e aos amigos que com as informações e fotos tornaram a escalada possível.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Homens, montanhas e vento.

Patagônia 2011
Quando imaginamos um lugar por muito tempo, a memória pode mesclar a fantasia com a realidade e quando conhecemos fisicamente esse lugar, não trata-se mais de algo estranho e sim como se você estivesse retornando a um local que há muito tempo não visitava. Essa foi a sensação que tive quando visitei a Patagônia argentina.
Quem nunca sonhou em escalar alguma daquelas montanhas míticas para os montanhistas como o Torre, o Fitz Roy? Essas montanhas que tanto povoaram a imaginação agora estavam em frente aos meus olhos e era hora de criar minhas próprias memórias sobre esse local.
Para um brasileiro a primeira dificuldade é o ambiente totalmente diverso em relação ao Brasil, passamos das caminhadas nas florestas para as caminhadas entre gelo e rocha, trata-se de uma estranha realidade.
A outra é o vento, e como venta na Patagônia... É quase impossível imaginar que diante de tanto vento alguém consiga escalar algo aqui, porém, como em um passe de mágica há raros dias, que são concedidos aqueles que sabem exercitar a paciência, em que a paisagem se transforma e é possível até escalar até de camiseta.
Diante de tantas histórias de pessoas que vieram até aqui e não conseguiram escalar nenhuma agulha, os meus pensamentos questionavam se esse não seria também o meu destino.
Aqui aprendemos que o melhor amigo do escalador além de um bom companheiro de cordada, é a previsão do tempo. É claro que as previsões não são totalmente confiáveis, mas em muitos casos tem uma grande margem de acerto. Andando pelo povoado de Chaltén já é possível ter uma idéia sobre a possibilidade ou não de bom tempo. Vemos várias pessoas andando com seus meteogramas (previsões do NOAA) em mãos, fazendo planos em várias línguas sobre as futuras escaladas.
O grande problema com relação a previsão é que ela muda constantemente, o que parece uma excelente janela, pode se transformar em uma tempestade. As previsões mais confiáveis são feitas somente com 2 ou 3 dias de antecedência.
Após estar imerso na lógica da escalada patagônica só faltava conseguir grampons (equipamentos essenciais para sua segurança) e esperar que o bom tempo chegasse.
Começa a inquietação no povoado, segundo a previsão uma janela está chegando, é hora de se apressar. Nosso primeiro objetivo seria a agulha Guillaumet. Meu companheiro de cordada é o Taylor, que veio de Curitiba junto comigo.
É preciso caminhar muito, nenhuma das escaladas tem aproximações tranqüilas, é preciso estar preparado para horas de caminhada. Uma tática que funciona bem em muitos casos é subir bem leve, somente para o bivaque. Desconhecendo isso subimos muito pesados, o que nos desgastou muito. Dormimos em Piedras Negras, local de acampamento para a escalada da Guillaumet. Acordamos tarde, porém, mesmo assim nos dirigimos ao Esporão Brenner, rota que havíamos escolhido. Mais 2 horas de caminhada entre neve, gelo e pedras soltas e então chegamos a base da via. Escalamos algumas cordadas, porém, como ventava forte, resolvemos descer. Várias pessoas estavam nas montanhas para escalar neste dia e a previsão falhou. Não conseguimos escalar a via, mas havíamos aprendido muito.

Foto 1: Taylor retornando na primeira tentativa.


Dia 01/01 iria ocorrer outra janela, preparamos nossas mochilas somente para o bivaque. Luís um grande amigo de Minas se uniu a cordada e nos dirigimos novamente a Piedras Negras. Chegamos ao acampamento sem nenhum vento, do meu saco de dormir dava para ver a crista do Fitz iluminada pela lua, uma cena especial.
Acordamos cedo e nos dirigimos à escalada. Chegamos a base da via, o Luis fez cordada com o Bernardo do Rio, pois seu parceiro Julio estava doente e na outra dupla eu e o Taylor. A primeira parte da escalada pelo esporão é a parte mais bonita da escalada, com fendas de qualidade. Quando chegamos ao final da crista, já era um pouco tarde e ainda restavam uns 200 metros. Então decidimos tocar em simultâneo para agilizar a escalada, meia hora depois estávamos no cume, no primeiro dia do ano. Tiramos algumas fotos, trocamos algumas saudações com outro grupo que estava escalando a Mermoz e tratamos de descer rápido. Como não trazíamos equipamentos para gelo e nossas mochilas haviam ficado na base teríamos que rapelar pela própria via, o que significava longos rapéis. Sem maiores problemas chegamos a base. Mais algumas horas chegávamos ao bivaque, exaustos.

Foto 2: No cume da Guiullamet.

Na volta a Chaltén, recebemos a triste notícia sobre o acidente com o Bernardo Collares, que era nosso vizinho de barraca no camping. Isso nos abalou muito, agora a imagem do Fitz estaria acompanhada de outro significado, era impossível olhar a montanha sem lembrar que ele havia perdido a vida nela. Infelizmente a Patagônia tem seu lado trágico e é também esse perigo constante que tanto atrai os escaladores.
Posteriormente nenhuma boa janela se confirmou, o Taylor foi embora e eu fiquei aguardando que o tempo melhorasse, pois minha viagem estava acabando. O tempo patagônico me concedeu ainda outra oportunidade, dia 26/02. Saí correndo um dia antes procurando um parceiro para a escalada e encontrei Thomas, italiano, que estava com o companheiro de escalada com o pé machucado. Depois de algumas horas lá estávamos nós em direção ao vale do Torre, para escalar a agulha Media Luna pela rota Rubio y Azul. Depois de muitas horas de caminhada e alguns perrengues no glaciar (pegamos um caminho errado) chegamos ao acampamento Niponino, que estava lotado com as barracas de David Lama e sua equipe de apoio. Encontramos um bivaque embaixo de uma pedra, comemos algo e fomos dormir.
Foto 3: Aproximação pelo glaciar em direção ao Vale do Torre.

Foto 4: A agulha Media Luna e ao lado o Torre.
Foto 4: No cume da Media Luna.

Lá pelas 09:00 horas da manhã (um pouco tarde) saímos em direção a Media Luna. Depois de uma caminhada e alguns perrengues normais começávamos a escalar. Havia uma dupla de brasileiros a nossa frente na mesma via. Eram o Guilherme de Brasília e o Luis do Rio. As fissuras do headwall são impressionantes e a rota é linda, ela passa pela chaminé em forma de meia lua da agulha. No cume há uma visão espetacular do Torre, misterioso, gigante. Alguns escaladores próximos de seu cume davam gritos de saudação e nós retribuímos. Mais um bivaque, algumas horas de caminhada e estávamos novamente em Chaltén, justo no tempo preciso para eu arrumar minhas coisas e seguir em direção ao aeroporto.
Antes de deixar Chaltén comi alguns frutos do calafate, pois segundo a tradição, quem come esse fruto com certeza retornará a Patagônia. Em minha viagem a Patagônia percebi o quão tênue é a linha que separa a fantasia da realidade.