quarta-feira, 30 de outubro de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Eco-xiitas II
Texto:Alessandro Haiduke
Fotos:Elcio Muliki
Fotos:Elcio Muliki
Procura pelo prazer de
procurar, não pelo de encontrar....
Jorge Luis Borges
Todo aventureiro é
movido por sonhos, alguns se concretizam rapidamente, outros demoram anos até
se tornarem realidade. A parede do Ibitirati foi um desses sonhos adiados.
Há alguns anos atrás
pensava em escalar essa via, mas era um desejo tímido, pequeno, que ainda não
movimentava todo o meu ser. Para uma escalada como essa se tornar realidade,
além do desejo, é necessária uma boa tática, treinamento; e o principal: companheiros que compartilhem
os mesmos anseios.
Alguns anos depois os
componentes essenciais para iniciar a aventura estavam organizados. O primeiro
plano era escalar a Eco-xiitas desde a caminhada, toda a escalada e a caminhada
de volta sem descanso, em uma só tocada.
Na primeira investida, Elcio,
Taylor e eu percebemos que um item de
extrema importância estava incompleto: as informações. Havíamos buscado informações
em revistas, sites, conversas com escaladores, mas o que conseguimos eram elementos
desconexos, que tentávamos unir com nossa imaginação. O resultado foi muita caminhada
e nada de chegar ao começo da via.
Algumas semanas depois
retornamos, foram algumas horas equilibrando-se em tufos de mato e sobre o
ombro dos colegas. Porém, novamente, nos equivocamos com o início da via.
Meses depois, em um dia
qualquer, o Elcio mandou uma mensagem com três opções para o fim de semana:
Marumbi, Piraí ou o Ibitirati. Optamos pela terceira.
Dessa vez tínhamos o
elemento que faltava: informações detalhadas cedidas pelo Ed e Val, que já
haviam passado por ali duas vezes.
Começamos a caminhada às
08:00 hs e depois de mais de 6 horas engatinhando entre bambus e rezando para
que eles acabassem, chegamos ao pé da via. Até o início da escalada são
aproximadamente 300 metros de trepa-mato – talvez o crux da via.
Mal chegamos e já
iniciamos a escalada. Comecei guiando a primeira cordada de VI/VI+ com direito
a tudo: fenda, árvores, mato, agarras, proteções suspeitas e uma parada em bico
de pedra. O Elcio saiu guiando a segunda cordada, passando por alguns
trepa-matos. A terceira cordada inicia-se por fendas estreitas, difíceis de
proteger, passa por uma chapa e segue por uma barriga. Após a chapa coloquei um
camalot e fui para a direita – lado
errado. Entro em uma oposição, o corpo pendula, seguro o movimento na ponta dos
dedos, quase sem respirar e após alguns lances faço a parada em uma árvore. O
Elcio guia mais duas enfiadas por trepa-mato e chegamos a um platô com as
últimas luzes do dia desaparecendo. Arrumamos as coisas e entramos no saco de bivaque.
Antes de dormir,
comendo alguns sanduíches, víamos as luzes de Curitiba e imaginávamos os amigos
que se reuniam em mais uma edição do Jantar
da Montanha.
As luzes do dia
apareceram, comemos algo rápido e seguimos escalando. O Elcio começou a guiar a cordada, ia de um
lado para o outro indeciso quanto o caminho a seguir. Depois de uma ajuda
tecnológica, começou a escalar por uma fenda pouco óbvia. A parede tornou-se
vertical com lances delicados. Ele chegou a um diedro e encontrou a próxima
parada. Acredito que seja a enfiada tecnicamente mais difícil da via. Depois de
duas enfiadas mais fáceis chegamos na última chapa da via e no o cume do
Ibitirati.
Aproveitamos um pouco o
visual imaginando outras escaladas nesse lugar único. Tomamos fôlego e começamos
a caminhada, tínhamos mais 5 horas pela frente.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Escalada da Eco-xiitas no Ibitirati
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