quarta-feira, 22 de outubro de 2014
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
O galo cantou - Pedra do Cantagalo
Na última temporada de inverno conseguimos uma folga para retornar as belas paredes da região serrana do Rio de Janeiro. Fomos para a Pedra do Cantagalo - Petrópolis. 
O Elcio e o Otaviano escalaram a via A soma de todos os medos - 5º VI sup 800 mts. Eu e o Valdesir fomos para a via O galo cantou - 7º VIIc A2 400 mts.
A via é impressionante, um desafio para a escalada livre/móvel, a graduação é mais exigente do que sugere o guia de Petrópolis. Chegamos a noite próximo do cume e na última enfiada - a 10ª -, não conseguimos encontrar as proteções finais.
A via é impressionante, um desafio para a escalada livre/móvel, a graduação é mais exigente do que sugere o guia de Petrópolis. Chegamos a noite próximo do cume e na última enfiada - a 10ª -, não conseguimos encontrar as proteções finais.
Alessandro Haiduke
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
O espírito da aventura.
Alessandro Haiduke
Um
jovem perguntou a um sábio alpinista chinês o que definia uma
grande aventura.
Ele
não deu uma resposta de imediato, ficou muito tempo meditando e ao
final declarou:
-
O que é a aventura?  
-
A aventura não está em um lugar, perto ou distante.
-
A aventura é uma jornada solitária - mesmo em companhia de outros.
-
A aventura não começa com um passo ou termina após o último
suspiro.
-
A aventura não aceita certezas, esbanja interrogações.
-
A aventura desvia dos caminhos retos e segue os tortuosos.
-
A aventura vive pelos desejos, não se ilude pelos triunfos.
-
A aventura anda constantemente ao lado do perigo, mas não se
confunde com o pânico.
-
A aventura carrega menos, para chegar mais longe.
-
A aventura não copia, inventa.
-
A aventura não se parece com um dia ensolarado, é antes irmã da
neblina. 
-
A aventura, ah! diante dela somos todos principiantes.
-
Algumas coisas podem consumir mais de uma vida, quem me dera eu fosse
jovem e tivesse força...- o velho alpinista ficou em silêncio
mirando lugar algum.
-
Para afinal chegar a uma resposta definitiva a esse questionamento?
Perguntou ansiosamente o jovem.
-
Não, para continuar sentindo o vazio, que causa tanto espanto ao
corpo...
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
A partida de Ricardo Baltazar.
| Ricardo com o Fitz Roy ao fundo | 
Algumas pessoas passam
pela vida e acabam marcando nossa existência. Ricardo era uma dessas
pessoas. Ele vivia um dia depois do outro, era isso o que importava,
não o que poderia ocorrer em meses, anos. Como um verdadeiro errante
das montanhas, peregrinava em busca de aventuras. 
Era uma pessoa
humilde e de bom coração. Tinha uma motivação fora do comum para
realizar seus projetos. Com essa filosofia conseguiu escalar as
grandes montanhas andinas: Cerro Fitz Roy, Agulha Poincenot, Cerro
Torre, Alpamayo, entre outras. 
Nesse mês de agosto,
quando eu planejava uma futura viagem para a Patagônia para escalar
as belas montanhas e reencontrar velhos amigos, recebi um recado
avisando que o Ricardo havia sido encontrado morto no Cânion do
Malacara. Ainda não consegui internalizar essa notícia, é estranho
pensar que nunca mais o encontrarei no camping Del Lago, com uma
garrafa de cerveja na mão, a ponto de ser expulso pelas bagunças
que aprontava. É estranho pensar que não poderei mais dividir com
ele as cordadas, risadas, roubadas, cervejas. 
Infelizmente assim é a
vida, incerta como um dia de bom tempo patagônico.
Resta a mensagem
vivida na prática por Ricardo e tantas vezes esquecida por nós:
 Aproveite a vida.
Adeus, amigo.
Alessandro Haiduke
| Aproximação da Agulha Mermoz | 
| Compartilhando cervejas em Chaltén | 
| Ricardo escalando a via Atgentina - Mermoz | 
| Eu e o Ricardo no cume da Mermoz | 
| Ricardo proveitando a paisagem patagônica | 
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